sexta-feira, 20 de setembro de 2013

São Obras de Santa Engrácia

São obras de Santa Engrácia

Qual nação que não tem seu edifício que nunca mais acaba de ser construído. Em Espanha, talvez a mais conhecida, seja a Sagrada Família em Barcelona de Gaudi, que já tem mais de 100 anos, ainda não está finalizada.


Em Portugal, a expressão utilizada é "São obras de Santa Engrácia", mais precisamente a Igreja de Santa Engrácia em Lisboa, onde se encontra localizado o nosso Panteão Nacional.
Significado: Aquilo que não tem fim.
Origem: Deve-se ao facto da construção da igreja de Santa Engrácia, situada na freguesia de São Vicente de Fora, onde é hoje o Panteão Nacional, ter demorado cerca de 350 anos a ficar concluída.
Ver a outra versão da origem da expressão, no blogue em baixo mencionado, fica aqui a versão popular: Simão Pires, um cristão­ novo, cavalgava todos os dias até ao convento de Santa Clara para se encontrar, às escondidas com Violante, que se tinha tornado em noviça à força, por vontade do pai. Um dia, pediu à amada para fugir com ele, dando-lhe um dia para decidir. Pobre Simão, no dia seguinte foi acordado pelos homens do rei que o vinham prender acusando-o do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia que ficava perto do convento.


Para não prejudicar a sua amada, Simão não revelou a razão por que tinha sido visto no local. Alegou inocência, mas foi preso e condenado à morte na fogueira, que se realizaria junto da nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado. Enquanto as labaredas envolveram o corpo de Simão, este gritou que “Era tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem!”.
Os anos passaram e a verdade foi confirmada. A freira Violante foi um dia chamada a assistir aos últimos momentos de um ladrão que tinha pedido a sua presença. Revelou-lhe que tinha sido ele, o ladrão das relíquias e sabendo da relação secreta dos jovens, tinha incriminado o Simão. 
Entretanto, um facto singular acontecia, as obras da igreja iniciadas à época da execução de Simão pareciam nunca mais ter fim. De tal forma que o povo se habituou a comparar “Tudo aquilo que não mais acaba” às obras de Santa Engrácia.




Fonte: ver blogue sobre a lenda de Santa Engrácia. Muito bem explicado.

Já agora, por esse Mundo fora, existe alguma expressão parecida a esta?

Quem não tem cão caça com gato

Quem não tem cão caça com gato


Significado: Ou seja, se você não pode fazer algo de uma maneira, se Vira e faz de outra.

Histórico: Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou.
Inicialmente se dizia: "quem não tem cão caça como gato", ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.




quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Meter uma lança em África

Meter uma lança em África

Ouvi esta expressão, pela primeira vez, quando vi o programa do Diogo Infante sobre a língua portuguesa na RTP - O cuidado com a língua.

Fiquei curioso e fui pesquisar mais um pouco, ora aqui estão os resultados.

Significado: Conseguir realizar um empreendimento que se afigurava difícil; levar a cabo uma empresa difícil.

Origem: Quando se preparava nova expedição militar a Ceuta, que não chegou a se concretizar, Frei Nuno (Nuno Álvares Pereira) dispôs-se a participar desse que prometia ser um duro feito de armas. Alguns frades chamaram-lhe a atenção, dizendo que aos 70 anos já não teria mais o vigor de um jovem cavaleiro. O venerável ancião tomou de uma lança e violentamente arremessou-a, do alto da colina em que estava, noutra em frente: a arma cravou-se a fundo numa árvore e ali ficou vibrando. Ante a surpresa dos assistentes, disse calmamente: "Em África a poderei meter, se for ainda necessário que eu exponha a vida em perigos, em honra da Pátria ou em defesa da Religião". Daí se originou o dito "meter uma lança em África", significando praticar feito valoroso.

A expressão vulgarizada pelos exploradores europeus, principalmente portugueses, devido às enormes dificuldades encontradas ao penetrar o continente africano. A resistência dos nativos causava aos estranhos e indesejáveis visitantes baixas humanas. Muitas vezes retrocediam face às dificuldades e ao perigo de serem dizimados pelo inimigo que eles mal conheciam e, pior de tudo, conheciam mal o seu terreno. Por isso, todos aqueles que se dispusessem a fazer parte das chamadas "expedições em África", eram considerados destemidos e valorosos militares, dispostos a mostrar a sua coragem, a guerrear enfrentando o incerto, o inimigo desconhecido.




Coisas do arco-da-velha

Coisas do arco-da-velha


Significado: Coisas inacreditáveis, absurdas, espantosas, inverosímeis.

Origem: A expressão tem origem no Antigo Testamento; arco-da-velha é o arco-íris, ou arco-celeste, e foi o sinal do pacto que Deus fez com Noé: "Estando o arco nas nuvens, Eu ao vê-lo recordar-Me-ei da aliança eterna concluída entre Deus e todos os seres vivos de toda a espécie que há na terra." (Génesis 9:16)

Arco-da-velha é uma simplificação de Arco da Lei Velha, uma referência à Lei Divina.

Há também diversas histórias populares que defendem outra origem da expressão, como a da existência de uma velha no arco-íris, sendo a curvatura do arco a curvatura das costas provocada pela velhice, ou devido a uma das propriedades mágicas do arco-íris - beber a água num lugar e enviá-la para outro, pelo que velha poderá ter vindo do italiano bere (beber).



Viva!

Todos os dias comunicamos com as pessoas e muitas vezes utilizamos ditos, expressões ou chavões para nos expressamos, o que torna a nossa língua (portuguesa) mais rica.
E o curioso é que caso ninguém ou um pequeno grupo sabe quais as origens destas expressões populares (EP) que são utilizadas no dia-a-dia.

O objetivo deste blogue é recolher essas mesmas expressões e se possível a origem das mesmas, antes que sejam esquecidas com o tempo. A RTP possui um programa com Q de Qualidade denominado "Cuidado com a Língua" com uma rubrica que explica essa situação da origem da expressão.

Caso conheça alguma expressão e a sua respetiva origem, peço que a comparti-lhe aqui, que tentarei postá-lo cá.
Caso verifique que a informação esteja incorreta, peço também que me ajude a corrigir.
Deixo já o aviso: Não tolerei qualquer linguagem ofensiva ou abusiva negativa, excepto a critica construtiva.

E sim, estou a tentar utilizar o Acordo Ortográfico (AO). Haverá algumas vezes que não o irei a utilizar, por não concordar com ele: o exemplo que posso dar de momento será o caso dos meses: Janeiro com J maiúsculo e não minúsculo como é mencionado no AO.

Espero que ajudem a crescer o blogue.

Atenciosamente,

Aquele que busca